quinta-feira, 30 de outubro de 2014

Votar ou não votar, eis a questão...

Acabei de assistir a entrevista do deputado estadual Aldo Demarchi (DEM/SP) para um jornal da região de Rio Claro, em São Paulo (cidade onde o deputado já foi prefeito) e me chamou a atenção a declaração do parlamentar dizendo que a constituição federal precisa ser alterada para que cidadãos que recebam algum tipo de beneficio do Estado, sejam impedidos de votar. O argumento do deputado se baseia no fato de que, se o cidadão depende do governo para sobreviver, ele não produz, e somente poderia passar a votar, se passasse a condição de cidadão produtivo.

É óbvio que o argumento do deputado causa controvérsias e até arrepios em alguns (incluindo este blogueiro), mas nos remete para algumas reflexões que este blogueiro vem manifestando ha tempos neste espaço. Em primeiro lugar, não enxergo o voto no Brasil como um "direito", por uma razão muito simples, ele é obrigatório e não me vejo como "obrigado" a exercer um direito.(não entro em méritos legais, amigos advogados, falo na questão senso comum).

Outra reflexão que sempre que posso faço por aqui, é a de que falta no Brasil gestores que tenha visão de estadista e que criem propostas e programas de Estado e não o que é comum, a criação de políticas de governo(s). Tanto bolsa família, pronatec quanto plano Real, Lei de responsabilidade fiscal ou qualquer outra medida de impacto relevante e positivo para a sociedade, deveriam se transformar em políticas de Estado e nenhum governante poderia mexer com elas. Isso acabaria com qualquer utilização eleitoral dessas conquistas (não sou ingenuo, sei que isso soa como "palavrão" no ouvido de governistas de plantão).

Esse tipo de atitude do deputado Aldo Demarchi apenas o quanto estamos ainda sob os efeitos do duro "GreNal" eleitoral vivido até o último dia 26/10, mas ao invés de somente repudiar as palavras do deputado, procuro enxergar outros aspectos referentes ao mesmo tema, por isso resolvi escrever sobre isso. Tenho lido e ouvido tanta bobagem desde o último domingo que cheguei a cogitar a possibilidade de deixar as redes sociais (meu vício não permitiu), pois até separar o Brasil já foi cogitado.

Está na hora de descermos das "arquibancadas" eleitorais e seguir em frente, eu digo isso para vencedores e perdedores, sem nenhuma restrição, pois parece que membros dos dois lados ainda estão vivendo o clima da eleição. Acabou, Dilma foi reeleita e precisa governar e a oposição, precisa fazer o seu papel de fiscalizar as ações do executivo. É assim que a coia deve acontecer. Já em relação a ideia do ilustre parlamentar, que ele procure produzir algo de mais significância para a sociedade, não em função de perder o "direito" ao voto, mas sim de perder o direito de ser votado.

Greve no Banrisul, o inicio, o fim e o meio...

Depois de tantas idas e vindas, eis que, finalmente, terminou a greve dos bancários do Banrisul e com o término da greve, veio a dura realidade da volta ao trabalho. Após não ter concordado com o acordo proposto pela entidade dos banqueiros (que levou os demais bancários de outras instituições, a acabarem com a greve). Os bancários do Banrisul insistiram no movimento e acabaram por desgastar demais o próprio instrumento de greve, deixando a população contrária ao movimento e causando um mal estar muito grande entre os próprios colegas de banco.

Como a greve se arrastava, sem nenhuma perspectiva de término e com os trabalhadores do banco cada vez mais, perdendo benefícios, os funcionários que não aderiram à greve foram para as assembleias finais pressionar a diretoria do sindicato para que a greve terminasse. Com o retorno ao trabalho, alguns colegas começaram a ser hostilizados pelos outros, por não terem participado da greve e por pressionarem para o fim da mesma. O que acontece é que, enquanto alguns poucos participavam das reivindicações e do movimento grevista, muitos bancários aproveitaram a paralisação, para viajar, ficar de folga e até para tratamentos de beleza e nesse ínterim, ainda tiveram aqueles que, enfrentado tudo de ruim (por parte de colegas, clientes, excesso de trabalho), se mantiveram trabalhando e não deixando a população na mão.

E justamente esse funcionários que continuaram trabalhando, é quem vem sofrendo a maior parte das "ofensas" e chacotas com o retorno ao trabalho. Esse texto não tem como objetivo discutir se o movimento foi ou não legitimo, se a greve demorou mais em função da incompetência do sindicato em negociar com os patrões e nem quais foram os benefícios perdidos, a intenção deste blogueiro é de repudiar esses bancários que estão jogando indiretas no Facebook, que estão olhando "torto" para os colegas que se sacarificaram para que a sociedade não ficasse sem os serviços de seu banco (afinal, o Banrisul é o banco de todos os gaúchos, ou não?).

Os trabalhadores que continuaram trabalhando, enquanto alguns até passearam durante a greve, merecem todo o respeito por parte, não somente dos colegas grevista, bem como da população em geral (principalmente aqueles que dependem do Banrisul para realizar as suas transações bancárias), foram valentes, enfrentaram todas as adversidades e toda a sorte de xingamentos, não é justo que agora que a greve terminou, sejam hostilizados por colegas (?) dentro ou fora das agências. Espero que os ânimos retornem à sua relação normal, todos são colgas de trabalho e, maior que todos eles, está uma instituição que pertence ao povo do Rio Grande do Sul.

Venceu o "Cheque em Branco"

Após toda a movimentação de uma campanha dura, as vezes até desleal e com alguns toques de humor burlesco, o Rio Grande do Sul tem um novo governador. E venceu a oposição (coisa meio que de praxe pelas bandas daqui), com o "gringo" José Ivo Sartori (PMDB) que durante a campanha, chegou a ser rotulado pelo seu adversário Tarso Genro (PT), como um "Cheque em Branco" (alusão ao fato de Sartori, na opinião de Tarso, não apresentar propostas concretas para enfrentar os desafios de governar o estado), lembrando que Sartori retrucou, dizendo que Tarso era um "Cheque sem Fundos", pois prometeu muito e não fez nada no período de governo.

Pois bem, na disputa de "cheques", a sociedade gaúcha resolveu fazer um investimento no "Cheque em Branco". E agora caberá a Sartori mostrar a que veio. Respaldado por duas administrações bem sucedidas frente a prefeitura de Caxias e com uma trajetória política vasta, o "Gringo" terá pela frente um enorme desafio, de governar um Estado com graves problemas financeiros e uma série de investimentos que dependem de uma boa parceria com o governo federal.

Em seu discurso após a vitória, Sartori deu claros sinais de que buscará esse entendimento perante o governo Dilma (lembrando que no primeiro turno, Satori apoiou Marina e no segundo turno apoiou Aécio, mesmo sendo do partido do candidato à vice de Dilma Michel Temer) e isso será fundamental para que ele possa desenvolver qualquer tipo de gestão aqui no Rio Grande. O governo estadual não consegue, sozinho, dar conta de uma série de gargalos que se encontram travados há anos, e que impedem qualquer governante de conseguir levar adiante um projeto político a longo prazo.

Esses gargalos podem explicar um pouco a cultural não reeleição dos governadores do Estado. É muito difícil para qualquer governador, administrar tantos problemas como tem o Rio Grande. Apesar de sua importância no cenário político/econômico do País, faz tempo que o estado vem diminuindo essa importância nesse contexto, deixando de atrair uma gama de investimentos, que ajudariam bastante na recuperação da economia.

Confesso que não sei dizer o que Sartori pretende fazer, mas confio nele. O "Gringo" já mostrou que sabe administrar, que é bom de negociação e principalmente que, se levar adiante o mote do seu discurso de campanha: "O meu partido é o Rio Grande", tem tudo para unir as diversas forças políticas do Estado em prol de uma retomada da grandeza do Rio Grande. Sinceramente? Torço por ele, pelo seu sucesso. O exito do governo Sartori será o inicio da retomada do crescimento do Rio Grande e esse é o desejo de todos nós que vivemos e amamos esse Estado. Quero muito que o "cheque" de Sartori tenha fundos e que sua administração seja excelente.

Vamos começar a perceber isso no final do ano, com a escolha da sua equipe de governo. Pelos nomes escolhidos, já poderemos analisar qual o rumo que Sartori pretende tomar em sua gestão. O próprio governador eleito já disse que somente apresentará esses nomes em dezembro (antes disso, tudo não passará de especulação, de acordo com o "Gringo"), mas sabemos que as articulações estão a todo o vapor. Muitas peças sendo movimentadas e muita articulações ainda por vir.

Vamos esperar e torcer para que a sociedade gaúcha tenha optado pelo "cheque" certo!

"Deus salve o PMDB"

Após o tenso e emocionante "GreNal" eleitoral que foi esse segundo turno das eleições presidenciais no Brasil (onde alguns se recusam a sair das "arquibancadas"), quero voltar as atenções dos queridos leitores para o chamado "mundo real' da política brasileira, onde muita coisa voltou a acontecer, com a celeridade de sempre. E isso já se refletiu na primeira votação da câmara dos deputados,  a que regulamentaria os chamados "Conselhos Políticos" propostos pelo PT e pela presidente Dilma Rousseff e que é uma espécie de ideia de democracia direta, com proposta de decidir sobre alguns temas que, de acordo com a nossa constituição, são atribuições do congresso nacional. Uma adaptação tupiniquim dos antigos "sovietes" russos (convém lembrar que a palavra "Soviet" em russo, significa "Conselho" em português).

Pois bem a ideia soa como um "avanço" democrático, onde a sociedade "decidiria" todas as questões mais relevantes, papel esse que, insisto, constitucionalmente, é atribuição do congresso nacional. A ideia de "conselhos" não é nova, ela remete a uma série de entidades que controladas pelo poder hegemônico, o que tornaria bem mais tranquila a intervenção direta do executivo nas questões de seu interesse sem ter que passar pelo congresso para poder se transformar em Lei. É obvio que alguns dirão que estou exagerando, que isso é coisa de quem não aceita um governo democrático e participativo, coisas do tipo. Quero apenas dizer que, em um governo democrático de verdade, temos instituições que são responsáveis pela elaboração de Leis (se a sociedade brasileira não confia em seus congressistas, o problema, o problema não está no congresso e sim na própria sociedade).

E nesse aspecto, dou enormes graças pela presença do PMDB no cenário político nacional. A sua postura como força que equilibra as relações no congresso (mostrando ao PT que o resultado das eleições para a presidência não dá condições de governar sozinho, sem o congresso). O resultado da votação de ontem e a postura do partido frente ante ao avanço dos aliados mais à esquerda do PT, mostrara ao governo que o fato de ter maioria no congresso não significa que possa governar pela força de decretos e de apelo eleitoral de uma vitória recém conquistada. É necessário se respeitar as instituições, afinal, não somente a presidente foi eleita pelo voto, os congressistas também foram.

Ouvi uma declaração do ministro (sabe Deus do quê) Gilberto Carvalho dizendo que isso foi uma "picuinha" dos derrotados nas urnas, Carvalho disse: "Eles ainda não engoliram a derrota, mas no senado nós revertemos isso...". Imediatamente o presidente do senado Renan Calheiros (PMDB/AL), outro grande vencedor das eleições 2014, foi claro em dizer que: "o senado tende a seguir o que foi decidido pela câmara". Esse é o equilíbrio democrático necessário que o congresso nacional exerce sobre o executivo e isso precisa ser preservado, para o bem das instituições democráticas. Para obter vitórias no congresso, cabe ao executivo, saber negociar e não buscar enfraquecer uma das mais importantes instituições da democracia que é o parlamento.

A institucionalização de um soviet é o primeiro passo rumo ao totalitarismo, será a "oficialização" das decisões do partido único (meus amigos leitores deste blog e que possuem formação marxista/leninista sabem muito bem do que estou falando). se enganam aqueles que pensam que a eleição passada não foi ideológica, ela foi sim, mais pela própria necessidade que o PT teve de procurara apoio de campanha mais à esquerda, para derrotar um modelo mais "liberal" de PSDB, a postura mais à direita de Aécio forçou o PT a isso e também fortaleceu seus aliados esquerdistas (PSOL, PSTU, PCdoB), principais interessados em um fortalecimento de "conselhos políticos", pois seu leque de participação, apesar de ter melhorado muito, ainda é pífio.

O PT só precisa ter cuidado com um detalhe importantíssimo no processo histórico: Para a esquerda, nenhum partido está acima da "Revolução", portanto, se o PT quiser se manter hegemônico no Poder ele terá que ficar atento à esse processo. Não poderá deixar que seus aliados mais à esquerda, comecem a ganhar força, porque depois, será muito mais difícil de controlar esse seguimento. E ai, mais uma vez, afirmo a importância do PMDB no processo de sustentação do "status quo" devendo ser ele, PMDB< o principal sustentáculo do governo petista e por sua vez, da manutenção do processo democrático e de direito no País.

Agora os amigos entendem a frase título: "Deus salve o PMDB!"



sábado, 25 de outubro de 2014

Chegou a hora...

Bem...amanhã, por volta das 21 horas, horário de Brasilia, a sociedade brasileira conhecerá quem será o gestor do governo brasileiro pelos próximos 4 anos. Dilma Rousseff (PT) e Aécio Neves (PSDB), são os protagonistas de umas das mais acirradas disputas de segundo turno, desde que foi instituída a redemocratização no País. Entre insultos, denúncias, ataques e poucas propostas efetivas, chegam ao dia decisivo em empate técnico e com resultado completamente em aberto (por mais que meus queridos leitores petistas e tucano insistam em dizer o contrário). 

A eleição de amanhã promete fortes emoções e talvez, até mesmo, a possibilidade de algumas acaloradas discussões durante o processo de votação. Quanto a esse aspecto, acredito que as medidas que os órgãos de segurança tomaram, sejam suficientes para prevenir e conter excessos. O certo é que, depois de 12 anos no Poder, o PT se vê, pela primeira vez em anos, na possibilidade de perder a eleição para o seu "arqui rival" PSDB, que após 3 tentativas adotando uma postura tímida em defesa do governo FHC, dessa vez, com Aécio, parece ter assumido esse período de governo e defendendo abertamente, aquilo que considera como avanços desse período.

Dilma me parece tensa demais para quem tem a estrutura do Poder nas mãos, apesar do excelente trabalho (mais uma vez) do marqueteiro João Santana, a presidente não consegue transmitir aquela segurança que, por exemplo, Lula sempre teve e conseguiu transferir para ela em 2010. Sei que essa é, de fato, a primeira eleição de Dilma (dessa vez ela é a protagonista), mas eu esperava mais  de quem passou 4 anos á frente do executivo do País e que, quando eleita foi, tinha como principal característica, a de grande gestora.

Aécio Neves é, de longe, o melhor dos candidatos tucanos que o PT enfrentou nesses 12 anos. Experiente, como Serra e Alckmin são, porém, com uma guinada um pouco mais para os setores liberais conservadores (o que provocará, independente do resultado da eleição, uma rediscussão dos rumos ideológicos do partido). Aécio pecou quando não foi mais incisivo no segundo turno, as oportunidades apareceram, mas o tucano preferiu o discurso da mudança (sem mostrar ao certo quais são essas ditas mudanças).

Como já falei aqui em outras postagens, não consegui enxergar nos postulantes ao cargo máximo do País, verdadeiras propostas de políticas de Estado, políticas que possam servir como um processo de amadurecimento e de continuidade de um projeto de Brasil forte, soberano e voltado, de verdade,  para o século XXI. Já estou cansado de propostas eleitoreiras e de "pais e mães das crianças", que usam programas de sucesso (seja no âmbito federal ou estadual) como se fossem invenções suas e que, somente com seu grupo político, esses programas terão continuidade. Esse tipo de postura só mostra o quão é despreparada a nossa sociedade no exercício de seu direito ao voto (direito esse que  somente será verdadeiro, quando for facultativo e não obrigatório).

Bem, seja como for, quero que todos estejam nas ruas amanhã, votando, e buscando contribuir de alguma forma para que nosso País avance, apesar deste blogueiro não acreditar nem um pouco nisso, É importante que se vote, talvez com a repetição seja possível construirmos uma qualidade maior em nossa sociedade. Apesar de tudo, sou um otimista, sempre fui e oxalá eu consiga participar de uma sociedade mais politizada, consciente e bem mais evoluída.

quinta-feira, 23 de outubro de 2014

25 anos depois...

Já se vão longínquos 25 anos que este blogueiro teve o prazer de, pela primeira vez na vida, votar, participar ativamente do processo de escolha de um presidente, exercer aquilo que me era cantando em verso e prosa como a maior conquista democrática do país depois de muitos anos de repressão. Ah que dia, lembro-me perfeitamente de tudo o que antecedeu aquele momento mágico, da ansiedade, da alegria, da verdadeira paixão de um jovem diante de sua "primeira vez".

Pois bem, 25 anos se passaram, o jovem amadureceu, os cabelos se foram e com eles muitas ilusões e verdades da juventude. O Brasil e o mundo também mudaram,  a conjuntura politica, econômica e social é outra. Muito ídolos e ícones políticos se mostraram ser de papel, ruíram assim como ruiu o entusiamo que eu tinha para escolher o novo mandatário da nação. 

E porque tanta descrença, tanto desanimo justamente naquela que, para muitos, é a mais acirrada e aguerrida disputa eleitoral desde a redemocratização do País?

A resposta é simples, mas sei que causará discordância de meus fieis leitores, sejam eles petistas ou tucanos, é que não consigo enxergar nenhuma diferença real entre as candidaturas no que diz respeito á uma transformação desse País em algo bem maior do que até hoje se tentou fazer. Não desconheço os avanços conseguidos nesses últimos 25 anos, mas também não consigo ver nenhum dos postulantes ao cargo de presidente apresentar um projeto de Estado. Tanto Dilma, quanto Aécio, apenas apresentar "soluções" imediatistas para questões que são muito maiores do que eles mesmos e seus projeto de poder de suas legendas.

sei que existe em jogo uma disputa hegemônica e ideológica, mas e o que fazer depois? Já que nenhum dos lados apresenta claramente nenhuma política de Estado, algo acima das picuinhas partidárias, algo que de fato, sirva para melhorar os rumos do País. É muito pouco para mim, o maniqueísmo do "Nós e eles", sustentar uma "mudança" baseado apenas em programas sociais que já deveriam, esses sim, terem se transformado em Políticas de Estado, bem como, não posso aceitar que um "Choque de Gestão", Meritocracia (Bah...entraremos aqui no discurso do Mérito?) e "Combate à corrupção" sejam o suficiente para que esse País avance de verdade.

Muitos discordarão de mim, ainda mais no calor da disputa que se afunila, mas não vejo nenhuma argumentação até agora que me convença do contrário que explanei a pouco. O Brasil precisa de partidos, entidades, políticos e sociedade mais crítica, organizada (e não aparelhada) e projetos a longo prazo e não apenas eleitoreiros.

Reformas? Sim, são necessárias, mas é preciso ficar de olho para saber o que se está reformando, se a tal reforma não servirá apenas aos interesses de quem detêm a hegemonia de poder. A sociedade precisa ter mais senso crítico de observação e não apenas "exercer" o seu patriotismo em época de Copa do Mundo (nem quero lembrar da última). Eu ainda quero resgatar o meu entusiasmo juvenil de votar com prazer novamente e não apenas ser obrigado a me dirigir à uma urna (aliás, uma grande "reforma",  começaria acabando com o voto obrigatório).

Não sei se ainda terei esse entusiasmo de volta, mas vou continuar buscando isso através da "arma" que tenho: a minha capacidade de indignação e esse espaço aqui para expor as minhas ideias e meus pensamentos (ou seriam devaneios?), mas não tenho nenhuma ilusão de que as coisas melhorem, pelo menos, a médio prazo. Mas, como dizia meu querido pai: "O mundo gira"

Tempo, amadurecimento, amizade e um movimento!

Nos versos maravilhosos de Caetano Veloso na música "Oração do Tempo", o compositor baiano nos imortalizou o seguinte: "...Compositor de destinos, tambor de todos os ritmos, tempo, tempo, entro em um acordo contigo..." Esse verso lindo, me remeteu á uma conversa que tive hoje, ao reencontrar, através da redes sociais, uma amiga de tempos distantes, e que, comigo já professou da mesma "Fé política ideológica" e que hoje, em campo oposto ao que militava, ela me perguntou se eu ainda acreditava nas mesmas verdades de 20 anos atrás...
E ao responder à ela que não mais acreditava em tais ideologias, me parei para pensar sobre minha própria resposta e ai vem o motivo da lembrança da "oração" de Caetano: O Tempo! Esse "senhor" tão bonito, tão importante, tão sábio e também, muitas vezes, tão cruel, do qual nenhum de nós pode ou consegue se livrar. Meus pensamentos remontaram aos 20 anos passados, ao sonhos sonhados, as lutas travadas e principalmente as amizades fincadas que nem mesmo o "grande senhor" consegue diluir ou deixar cair no esquecimento.

Meus maiores e melhores amigos são desse período, alguns continuam próximos, outros um pouco mais distantes, outros não habitam mais esse mundo. Independente de qual caminho tomamos, um elo nos uniu e ainda nos une, mesmo com a distância e o tempo, e é esse elo que nos permite a discordância, as diferenças e até mesmo as brigas, não possam quebrar a amizade que construímos, e essa mais acirrada eleição da redemocratização brasileira foi um grande exemplo disso, muitos de nós tomamos partido de Dilma, Aécio e Marina, alguns, como eu, preferiram não mais se expôr, não militar mais. mesmo tudo isso, manteve o nosso elo de amizade.

Não citarei o nome de todos aqui para não cometer nenhuma injustiça e também para preservar aqueles que não gostariam de ser identificados, mas aqueles que lerem esse texto, saberão de quem e de qual período eu me refiro. A verdade é que, o tempo, só nos trouxe mais amadurecimento e mais certeza de quem somos e do que queremos. Não somos mais tão jovens, mas não somos "envelhecidos" o suficiente, para deixarmos de sonhar e de fortalecer nossos elos de amizade, respeito e amadurecimento. a conversa de hoje me fez pensar nisso, espero que os membros desse texto que o leiam, também façam essa reflexão.

E para terminar, nada mais do que a antiga saudação, uma data, um ideal, um sonho, um símbolo de uma eterna amizade: "Salve 25 de Junho!"

quarta-feira, 22 de outubro de 2014

Qual o cheque que você prefere???

Após ouvir o último debate dos candidatos ao governo do Rio Grande do Sul, ocorrido na associação de rádios e tv do estado e teve como ponto alto, os tons mais elevados de campanha que os dois postulantes ao Piratini utilizaram. Tanto o governador Tarso Genro (PT), quanto o seu adversário José Ivo Sartori (PMDB), elevaram bastante as acusações sobre o adversário. Propostas concretas, eu confesso que ouvi pouquíssimas (de ambos os lados), a principal característica deste debate foi o das acusações. E dentre essas acusações, me chamaram a atenção quando cada candidato rotulou o outro de "Cheque", o que não deixa de ser hilário, pois parece que o eleitor gaúcho se ornou um cliente de banco e daquele cliente com escolhas bem complicadas.

Tarso Genro acusou Sartori de ser um "Cheque em Branco", pois quem votar em no candidato da oposição, estará votando em um candidato sem nenhuma proposta, sem um programa de governo definido e com sérias dúvidas quanto a sua capacidade de administrar o Rio Grande. Tarso insistiu nessa tônica durante quase todo o debate, chegando a causar um certo mal estar entre os debatedores e os jornalistas presentes.

Já José Ivo Sartori rebateu dizendo que Tarso Genro é um "Cheque sem Fundos", pois durante a sua campanha em 2010, o atual governador teria feito uma série de promessas, promessas essas que, segundo Sartori, não foram cumpridas ao longo do mandato do atual governador gaúcho. Esse ataque também causou mal estar entre os oponentes e fez com que, o atual governador, chegasse a se exaltar em alguns momentos.

Independente de qual dos "Cheques" é o verdadeiro, a minha maior preocupação/pergunta é: Será que o sujeito que irá governar o Rio Grande durante os próximos 4 anos, será alguém que não tenha a credibilidade necessária para exercer o cargo? Não sou eleitor gaúcho, apesar de morar em Porto Alegre, meu título de eleitor é do Paraná, mas tenho a mesma preocupação dos meus amigos gaúchos pois, morando aqui, sofrerei as consequências da decisão que será tomada no próximo domingo e por sua vez, das decisões que o próximo governador tomará ao longo de seu mandato.

Gostaria que essa minha primeira experiencia em viver uma eleição aqui nesse belo e querido estado, fosse com uma qualidade maior de propostas, de programas e de projetos e que os debates fossem mais qualificados dos que eu pude assistir/ouvir nesse segundo turno. Se votasse aqui, já saberia em qual "Cheque" eu iria apostar, mas deixo no ar a pergunta: Sera que o eleitor gaúcho merece um "Cheque", seja ele em branco ou sem fundos, como governador do estado? tenho certeza que não!

terça-feira, 21 de outubro de 2014

Querência

Como já disse antes aqui nesse blog, me atrevo a escrever versos, nem bons, nem ruins...mas os meus versos. Esse se chama "Minha Querência" e espero que apreciem!!!

Minha Querência

De onde vim já nem sei
Para onde vou, ainda verei
Minha terra, tua rua
Minha casa, a vida tua

Sei que meu lugar é onde estou
Sei que tenho muito à conquistar
Mas quero muito o meu lugar
Quero uma querência pra mim

Sei que pode demorar, sei que esse dia vai chegar
Quero que fique bem claro, para o Rio Grande e o Paraná
Minha querência querida, minha terra, meu lugar
Será dentro de ti
Será onde tu estás!!!

Perguntar será que ofende?

Alguém ai sabe explicar o "fenômeno" Sartori???

História, ahhh...a História!!!

Os meus queridos e fiéis leitores deste blog sabem que além de "aprendiz" de escriba, este blogueiro também é versado em uma ciência chamada História, que de tão judiada e mal interpretada, muitos acreditam que ela não seja importante e mais, alguns acreditam que ela até tenha fim! Mas, independente disto, meus colegas historiadores sabem que não se analisa nada, sem que se faça uma contextualização, uma adequação ao momento em que tal fato ou tal movimento foi ou não realizado, e quais as condições materiais, econômicas, culturais e sociais que influenciavam o processo, no momento em que o mesmo acontecia.

Durante esse processo eleitoral, muito me chamou a atenção algumas comparações "históricas" que foram apresentadas como verdades absolutas, como se não existisse nenhum contexto, nenhuma das técnicas de analises históricas que aprendemos na academia. As comparações são realizadas como se os fatos acontecessem no mesmo período histórico e com as mesmas condições citadas anteriormente.Isso vindo de militantes, coordenadores de campanha ou de apenas pessoas que não tenham embasamento histórico para analisar, eu até compreendo e, vá lá, aceito. 

Agora, esse tipo de analise, vinda de pessoas com conhecimento técnico em história, sociologia, em ciências humanas em geral, isso eu não tenho como "perdoar', é uma agressão a todos os métodos científicos de analise histórica. A paixão política acaba cegando aqueles que têm, por obrigação técnica e acadêmica, a capacidade de entender como se dão esses processos históricos. Sei que o assunto não é dos mais agradáveis, alguns amigos e colegas irão reclamar deste texto, mas n~~ao aguento mais essa  afronta contra uma das mais belas áreas do conhecimento humano.

Que se tenha uma ideologia, um partido, um projeto de poder, tudo isso é válido e perfeitamente compreensível, uma pena que alguns colegas e algumas excelentes pessoas com conhecimento técnico se deixem levar pela ótica dos "marqueteiros de plantão", que apenas enxergam os números de suas pesquisas internas, se nenhuma preocupação em manter o minimo de qualidade nos debates e nas propostas de seus candidatos.

Quem ganha e quem perde?

Quem leu a minha postagem anterior sobre o "medo", deve saber que deixei bem claro que não existe nenhuma possibilidade, séria, de se apontar hoje, quem será eleito presidente da republica no próximo dia 26/10 e digo isso sem nenhuma tentativa de me abster do processo ou de, como dizem alguns, ficar em "cima do muro'. digo que tudo está indefinido, pois os institutos de pesquisa apontam sempre empate técnico nas pesquisas de segundo turno e o fato de quem está na frente da vez, não aponta nenhuma "virada', pois não se vira nada, quando se esta empatado.Já a utilização das pesquisas por parte das campanhas, isso é livre e deve ser feito.

Na verdade, a minha intenção nesta postagem é falar não de quem vai ganhar, mas sim de quem, até esse momento, já perdeu nessa eleição: O eleitor brasileiro! E por qual motivo eu digo isso? É só um cidadão isento de coloração ou interesse partidário, analisar o que é dito e proposto(?) pelos postulantes ao cargo maior da republica tupiniquim. Dilma (PT) fala como se de oposição fosse, diz que "Governo novo, idéias novas", ora bolas, se está sendo um governo competente e que mereça mais quatro anos de poder, por que então falar em "mudança", em "novo"? Por outro lado, Aécio (PSDB) não se cansa de dizer que dará continuidade aos projetos que estão dando certo no atual governo, ora bolas também, se está tudo bem, por que mudar de governo?

O que existe por trás de tudo isso, em verdade, é uma questão de hegemonia de poder, que nada contribui para a melhoria das condições de vida de cada um de nós. a inflação está de volta, os juros exorbitantes, o governo mostra claramente que não possui um plano para conter esse estrago e a oposição, por sua vez, apenas aponta as falhas, mas também não diz de que forma vai conseguir enfrentar esses graves problemas que estão na pauta do próximo governo e da sociedade, que essa sim, sofre as consequências diretas de tanta incompetência por parte de nossos gestores públicos.

Quanto á hegemonia de projeto de poder, sim, essa tem muito o que influenciar na vida da sociedade, mas é lamentável que somente uma pequena parcela desta mesma sociedade, sabe disso. Muito em função de nossa tradição de governos que não investem em educação e cultura de verdade, não somente com falácias e projetos sem consistência nenhuma, apenas para poder dizer para a sociedade que estão fazendo alguma coisa. E isso faz com que, não tenhamos o hábito de pensar em propostas de políticas de Estado e não somente políticas de Governo. Se um projeto ou programa dá certo, cada governo quer se tornar o "Pai da criança", e não se preocupa em transformar essa política em algo mais para a sociedade ou seja, transformar em algo maior que a sua agremiação política.

Por essas e por muitas outras é que digo e repito, não sei que ganhará as eleições domingo que vem, mas sei que,  mais uma vez, o grande perdedor será o eleitor brasileiro.

A eleição do Medo!!!

Olá meus caros e fiéis seguidores deste humilde blog, aqueles que me são mais próximos, sabem que este blogueiro passou por sérios problemas de saúde (que já estão em fase de tratamento e recuperação), o que acabou favorecendo uma maior observação da reta final das eleições neste segundo turno. E pude perceber um aspecto bem característico deste processo: O Medo!

E quando falo em medo, falo não somente do medo natural de se perder uma eleição (tem muito dinheiro, cargos, posições, interesses em jogo), falo de um tipo de medo "novo" neste tipo de disputa, falo do medo de errar dos institutos de pesquisa. E olha que os erros foram bem sérios dessa vez, inclusive com erros grosseiros na chamada pesquisa de "boca de Urna". Ora, sabemos que errar faz parte de qualquer processo, mas a forma como esses erros aconteceram e o que eles significaram para as campanhas dos envolvidos foi muito séria.

Vou apenas citar o caso do Rio Grande do Sul onde moro, aqui, a disputa sempre esteve polarizada entre o atual governador Tarso Genro (PT) e a senadora Ana Amélia (PP), o candidato do PMDB, José Ivo Sartori era considerado "carta fora do baralho" (mesmo, é verdade, reconhecendo que na reta final de campanha, as pesquisas começaram a perceber uma onda de crescimento de Sartori), mas a "Boca de Urna" deu vitória de Tarso, e a Ana Amélia como adversária dele no segundo turno. Eis que, Sartori, contrariando todas as analises e pesquisas, passou a frente dos adversários, colocando 8% à frente de Tarso e deixando Ana Amélia de fora da disputa.

Mas alguns me perguntarão: "Você não acredita em pesquisas?" A questão não é de crença, mas sim, de entender que é um processo cientifico que apenas aponta tendências e não diz quem vai vencer ou não uma eleição. as pesquisas não são a verdade absoluta, portanto, são passíveis de erros. A questão está em como se dão esses erros, ora, se no Brasil ainda existe a discrepância que é o "Voto Útil", um candidato aparecer na frente em uma determinada pesquisa, pode influenciar esse eleitor menos politizado.

Por isso percebi esse "medo" nos institutos de pesquisa nesse segundo turno, principalmente para presidente da republica. As pesquisas dos grandes institutos (Ibope, Datafolha, Sensus, etc), estão apontando, sem nenhum pudor, que a eleição está tecnicamente empatada, ora com Aécio (PSDB) na frente, ora com Dilma (PT) na frente (alguns amigos mais entusiastas da candidatura petista dirão: "A Dilma tá em uma crescente, tá virando"), na verdade, não existe nenhuma "virada", pois se analisarmos as pesquisas de forma isenta, perceberemos que, não existe a menor possibilidade de se apontar um vencedor antes do dia 26/10. Qualquer "analise' apontando A ou B, será mera especulação. O certo é que, os próximos dias, serão de muito "Medo" em ambos os lados e também, em todos os institutos de pesquisa.

Uma vez Flamengo...por que não os outros

Entramos em uma semana importantíssima para o futuro do futebol brasileiro. E não falo apenas por ser mais uma decisão de Libertadores (...