domingo, 14 de setembro de 2014

"Uber alles in der Welt"

Os amigos leitores do blog podem estranhar o título dessa postagem ser em alemão, aliás, o título da postagem foi extraído do belo hino alemão e, em uma tradução livre, pode ser entendido como "Acima de tudo no mundo". A intenção de usar essa frase é para falar um pouco sobre o que está "Acima de tudo" na nossa sociedade e, obviamente, se reflete em nossa classe política e é justamente esse ponto que vejo como importante de ser debatido aqui nesse espaço.

Com a possibilidade real de perder o Poder, que foi conquistado legitimamente pelas urnas em 2002, alguns setores da alta direção do PT se viram em um clima de verdadeiro terror, pois quase uma geração inteira de filiados do partido não sabe o que é militar fora do Poder, não sabe o que significa ter que amargar um período na oposição, sem aquilo que André Franco Montoro dizia: "As benesses do Poder". E essa perspectiva fez com que alguns desses dirigentes começassem a espalhar entre os filiados e militantes do partido que existe uma necessidade de se manter no Poder a qualquer custo, não se importando com os métodos que por ventura, venham a ser empregados.O que importa é a manutenção do Poder.

Apesar de não ser uma prática ilegal e alguns também não a acharão imoral, não vejo isso como uma prática salutar para o processo democrático (deixando claro que esse meu pensamento serve para qualquer partido e não somente para o PT. O PSDB em São Paulo, por exemplo, seria interessante para os paulistas que houvesse também uma alternância no Poder), uma mudança no Poder e por conseguinte na oposição, é sempre salutar para o fortalecimento da democracia. Sou, por formação e convicção, parlamentarista. Tenho como principio que o parlamento é a melhor representação dos grupos que formam uma sociedade, mas infelizmente no Brasil, se tem a cultura do líder messiânico, aquele que, sozinho, será o responsável por trazer toda a sorte de benefícios para a sociedade.

Não creio que o Poder deva estar acima de tudo, a democracia é construída com o contraditório, com a divergência de opiniões, com a alternância de Poder. Quem convive com o partido único, Poder eterno e sem a divergência de opiniões é a Ditadura e é ela que todos nós devemos abominar e rechaçar. O Brasil não tem, na sua formação histórica, uma tradição democrática, pelo contrário, nossa sociedade conviveu muito mais com Ditaduras (fossem elas explicitas ou veladas), do que com regimes democráticos e isso interfere em várias de nossas "crenças" sobre o que deve ser um processo político democrático e ético.

Usar de qualquer "arma" para se manter no Poder não é uma postura democrática e muito menos uma postura digna de ser chamada de decente. espero que aqueles que ainda pensem dessa forma, reflitam sobre isso e passem a tratar a eleição como um processo democrático e que, caso sua ideia ou programa não prevaleça, isso não seja motivo para alimentar o ódio e o medo antes e depois da eleição. Eu quero muito que a melhor proposta para o país seja a vencedora e que a maioria da sociedade seja respeitada e que aqueles que queiram se valer do ódio, do medo e da falta de ética e moral, sejam cada vez mais minoria nesse País.

Utopia? Quem sabe? Talvez seja mesmo, porém, eu faço parte de um grupo de pessoas que acredita que: Uber alles in der Welt esteja a política tratada como ela deveria ser, com ética, moral e sem nenhuma forma de coação, medo ou constrangimento.

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