segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Minha coluna na Gazeta 24 Horas


Encruzilhada

No último sábado, o cenário político brasileiro foi sacudido com o lançamento de mais um partido político, trata-se do ainda chamado “REDE”, organização partidária capitaneada pela ex-senadora e ex-ministra Marina Silva. Obviamente, o partido, precisa atingir uma quantidade de membros e de assinaturas para conseguir o seu registro perante o TSE e assim, se colocar apto para disputar as eleições de 2014. Não vou ficar aqui analisando a ideologia, o programa, o estatuto do partido, nada disso, vou me ater a uma “encruzilhada” moral e ética que vem me perturbando por todo esse final de semana.
Sou favorável a diminuição do número de partidos políticos no Brasil, penso que o país possui partidos demais, sem nenhuma ideologia, e que servem apenas como moeda de negociação em período eleitoral. E que sugam o dinheiro do fundo partidário (que acaba sendo o nosso dinheiro), para fazer negociatas em época de eleição (lembro aos amigos leitores que já escrevi sobre o tema e sobre a quantidade excessiva de eleições que temos no Brasil), portanto, não posso concordar com a criação de mais um partido político. Por outro lado, analisando o cenário político brasileiro, não posso esconder o meu desejo de ter, novamente, a Marina Silva no páreo para a disputa o palácio do planalto. O processo político caminha para mais uma polarização entre PT e PSDB e isso é ruim para o país, precisamos ter alternativas, mesmo que o resultado final seja o mesmo, vejo com bons olhos a entrada de Marina nesse processo.
É justamente neste ponto que reside a minha “encruzilhada”, apoiar a criação desse partido significa possibilitar a presença de mais um postulante à presidência, com densidade eleitoral para disputar o cargo e não somente para servir de figuração, mas para que isso se concretize, é necessário mais um partido político, mais uma organização sem compromissoideológico e nem uma posição definida sobre alguns temas importantes em discussão no Brasil. E isso é algo que abomino com veemência. Mas o que fazer? Compartilho com meus leitores essa “encruzilhada” e peço para que façam uma profunda reflexão sobre as consequências de qualquer atitude que venha a ser tomada.
Os fins justificam os meios? É legitimo criar uma agremiação partidária tão plural a ponto de não perceber sua identidade política, apenas para garantir uma legenda na disputa presidencial? Por outro lado, é justo deixar de fora uma candidatura que já obteve 20 milhões de votos na eleição passada e que tem o respeito e a simpatia de muitos brasileiros, dos mais diferentes partidos, classes ou ideologia? É justo deixar que a eleição seja definida pelos desejos dos dois maiores antagonistas políticos do momento, PT e PSDB, sem oportunizar o surgimento de outras possibilidades? São dúvidas que tenho e sei que muitos brasileiros também as têm. Espero, sinceramente, que o melhor seja decidido para o país, quero ver uma disputa eleitoral com propostas diferentes, com projetos de poder antagônicos, para que a sociedade escolha qual o melhor para ela. Esse sempre será o meu maior desejo.
Uma semana produtiva para todos!!!

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