quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

Gestão educacional

Vejo com muita preocupação algumas situações ligadas à área educacional no Brasil e essa preocupação se dá tanto na educação pública, quanto na educação privada. Um exemplo disso foi que há cerca de duas semanas atras, foi desbaratada uma quadrilha que fraldava exames de vestibulares em diversas instituições pelo país a fora. Além do crime em si, o que me chamou a atenção foi que dois candidatos não foram aprovados em função de não terem conseguido tirar a nota minima na redação! Ou seja, não conseguiam produzir um texto que pudesse ser compreendido pelos examinadores.

Esses candidatos, assim como muitos outros, chegaram aptos para ingressar no ensino superior, o que significa que possuem o ensino médio completo e mesmo assim não sabem escrever? significa que existe algo de muito errado no sistema educacional brasileiro. Recentemente nas campanhas para prefeito, via com tristeza quando candidatos apresentavam" projetos" na área de educação e limitavam-se a falar na construção de escolas, vagas em creches e uniforme dos alunos. Me desculpem, mas isso não é política educacional,  são temas importantes sim, mas estão longe de serem planos de educação na gestão publica. É necessário analisar mais a fundo a questão. Cuidar da evasão, rever os currículos das disciplinas, analisar os calendários, enfim, uma série de medidas que precisam ser tomadas com urgência ou ficaremos para trás no processo de desenvolvimento intelectual.

Nas escolas privadas temos outros problemas também, a educação foi transformada em um simples negócio, onde somente se visa o lucro e não há preocupação com a qualidade do ensino ofertado (obvio que existem exceções, mas falo do geral). Não vejo valorização do profissional da educação, os materiais didáticos são escolhidos através de critérios que fogem daquilo que deveria ser o correto ou seja o professor indicar qual o melhor material para o tipo de trabalho que vai fazer e o tipo de turma que vai trabalhar. E acaba ficando na responsabilidade dos gestores a escolha. Além disso, existe uma comercialização em demasia nas escolas privadas e onde o "cliente sempre tem razão", acaba-se por não executar determinadas ações educacionais para não, digamos, desagradar aos clientes.

Se falar no atraso em que o Brasil se encontra na utilização de ferramentas digitais no processo de ensino aprendizagem. Não adianta colocar computador na sala de aula, comprar lousas digitais, oferecer tablets, se não tiver um trabalho com os professores para que estes passem a compreender esse processo e não vejam a tecnologia como um "adversário" e sim como m aliado neste processo. Nossa escola está cada vez mais distante da linguagem dos alunos. A escola continua sendo formadora de mão de obra e não formadora de cidadãos. Não serão as cotas que diminuirão as desigualdades e sim um projeto de educação integral, de qualidade, onde todos sejam valorizados (professores, alunos, coordenadores, diretores) e onde utilizemos uma linguagem mais próxima da linguagem utilizada pelos alunos. Hoje, um aluno tem muito mais facilidade de obter informações, mais isso não significa que ele esteja adquirindo e muito menos produzindo conhecimento. Isso cabe à escola e essa escola precisa esta preparada para tal.

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