quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

Coluna de Dislene Freitas na Gazeta 24 Horas

Essa é a coluna da administradora,  gestora cultural e colega de jornal Dislene Freitas, que assim como este blogueiro, semanalmente escreve para o jornal "Gazeta 24 Horas". Uma boa pedida de leitura:





Somente depois do Carnaval

Todo cidadão brasileiro já ouviu pelo menos uma vez na vida, esta expressão: somente depois do Carnaval! A resposta está incorporada nas conversas, reuniões e decisões. Culturalmente o brasileiro espera a quarta-feira de cinzas para oficialmente iniciar o ano.
Os dias de feriado e recesso para alguns é uma oportunidade para viajar e reencontrar familiares e amigos, para outros é tempo de retiros espirituais e para muitos é período de se deleitar com samba, forró, axé. Cada região deste imenso país apresenta sua forma e estilo viver o Carnaval.
Mas nossa conversa desta semana não é sobre a origem do Carnaval na Grécia como culto e festa de agradecimento pela fertilidade do solo e da colheita obtida, nem sobre implantação da Semana Santa pela Igreja Católica no século XI e suas influências históricas, políticas e religiosas, nem sobre o Carnaval de Veneza no século XVII, nem do Carnaval como produto cultural da Era Vitoriana no século XIX, nem sobre a influência que o Brasil recebeu da forma de Paris realizar seu Carnaval, nem sobre o Rio de Janeiro, nem sobre Recife e Olinda.
E pergunta para cada um de nós brasileiros é: E depois do Carnaval? De fato o ano então começa? Sem procrastinações, digo, sem prorrogar, sem prolongar nossas responsabilidades como cidadãos? Cidadãos capazes de decidir qual modelo e formato de vida adotar para o ano de 2013? Ou seguiremos que qualquer jeito como sempre foi? Que respostas daremos?
Não vale dizer que a responsabilidade é do vizinho que não cumprimenta ninguém e muito menos menciona um bom dia, não vale dizer que a questão é histórica e estrutural, que é culpa da nossa colonização portuguesa que deveria ter sido holandesa, que isso, que aquilo, um cabedal de argumentos e justificativas que não conseguem mais disfarçar a indiferença, a ausência de postura e comprometimento com os assuntos que diretamente atinge a vida de todos nós.
Temos muitos assuntos pela frente, claro, depois do Carnaval! Nossos representantes no Congresso, alguém lembra quem são eles? Como nos representam? Copa do Mundo pode-se ou não falar sobre este assunto? Sobre o Vale Cultura, todos já sabem deste benefício? Sobre a segurança dos locais onde frequentamos?  Ou já esquecemos que somente a exigência traz a excelência de serviços e produtos?
Pois bem, depois Carnaval nos encontraremos novamente para conversar e agir, nenhuma mudança acontece por esforço e participação. Para a nova semana atenção e ação.

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